A Torre Negra (vol VII)
Autor: Stephen King Eu ainda trabalhava em Bonsucesso quando a Ana me encontrou no restaurante. No meio do papo, comentou o livro novo que estava lendo: "O Pistoleiro". Li a inquietante primeira frase: "O homem de preto fugia pelo deserto e o pistoleiro ia atrás.". Quem era o homem de preto? Pq ele fugia pelo deserto? E qual o motivo do pistoleiro seguir atrás?! As perguntas e o comentário dela sobre o livro me motivaram a ler toda a série. Acredite: depois que você começa, não consegue mais parar. Ao todo, foram quatro mil e trinta e oito páginas. O sétimo volume é o maior de todos: oitocentas e setenta e duas. Ao longo de dois anos, passeei pelo mundo médio, Nova York de diversos "quando", Callas e diversos lugares que a imaginativa mente de King inventava ou transformava. As personagens são improváveis. Os encontros, mais improváveis ainda. A amizade entre eles só parece ser justificada pela vontade do Ka, que afinal, é uma roda. O último livro foi barra pesada. Além da despedida da série, algumas queridas pessoas imaginárias... Opa, nada de spoiler. Mas, digamos que se eu fosse molenga, choraria no ônibus, sobre as páginas do livro. King diz que a Torre Negra sempre esteve presente em sua vida e que aparece em todos os outros livros, de alguma forma. Ele até faz parte do próprio universo da Torre, como personagem! Há uma mistura de mundos míticos com faroeste e N coisas que eu jamais teria imaginado e reunido. Foram dois anos convivendo com Roland, o obstinado, o pistoleiro perfeito, um cara que parecia saber de tudo. Dois anos com Eddie, que depois de se livrar do vício, tornou-se um pistoleiro e o cara mais hilário da saga. Foram dois anos com Jake, que mal acabara de entrar na puberdade e precisou virar um homem. Um pistoleiro. Um ano e meio acompanhando Susannah, uma mulher negra, deficiente, dividada por duas personalidas diferentes. E como não falar do trapalhão Oi, responsável pela angústia que senti quando pensei que ele ia morrer e por uma dor maior quando ele salvou a vida de alguém? Sim, eu sei que é uma ficção, mas alguns livros me transportam para outro lugar. Aliás, se lemos um livro da mesma forma que lemos um rótulo de shampoo, qual é a graça? Falar sobre essa série é trazer para a superfície uma cerga carga de emoções. O final não foi o que eu esperava. Aliás, acho que ninguém esperava aquele fim. Nenhum leitor deve ter gostado daquele fim, se conformado com ele ou pelo menos perguntado: pq? PQ?! Penso nos leitores antigos, que acompanham a série desde os primórdos (ela começou a ser escrita na década de 70, quando eu nem era nascida).
- Escrito por Sara
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