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O exemplo Obama

Barack Obama

Torço para que Barack Obama ganhe as eleições primárias no partido Democrata e depois, em novembro, a eleição para presidente. São vários os motivos. Transito por alguns.

Sua eleição daria uma enorme força aos negros nos EUA. É um povo sair da escravidão, passar por séculos de discriminação e chegar à presidência da maior potência do mundo.

A eleição seria positiva não só ali, mas no mundo inteiro. Mandaria um recado internacional de que, mesmo sendo minoria, assumir o cargo público mais importante na casa dos brancos não é coisa só de branco. O que, se ocorresse, mostraria alguma tolerância racial nos EUA.

Um negro norte americano, que defendia uma espécie de volta à África, foi àquele continente para estudos. De lá voltou defendendo uma idéia que deu o que falar.

Dizia que a ida dos negros como escravos para os EUA tinha sido uma boa coisa. Calma, deixa o cara explicar. Dizia que se os negros tivessem ficado somente na África, não tivessem contato com outros costumes e povos, mesmo que fosse através do absurdo da escravidão, não teriam mostrado seu valor ao mundo e seria olhado enviesado pela maioria dos países.

No ponto de vista dele, o negro nos EUA, ao longo dos anos, estudou, teve assistência médica e alimentar e acesso a saneamento. Coisas difíceis no continente africano. Com essa base os negros estão mostrando ao mundo que são tão competentes como qualquer povo. A questão era de tempo e oportunidade.

Obama, apesar de não ter raízes na escravidão, se encaixaria na tese dele. E se chegar à presidência dos EUA poderia provocar uma revolução no mundo sobre essa questão de raça.

Na década de 1930, Jesse Owens, um negro norte americano, nas Olimpíadas de Berlim, chutou a barraca da discriminação ao ganhar de qualquer branco na sua especialidade atlética. Mas ficou aquela de que o negro era bom em esporte. Obama pode derrubar isso de uma vez por todas.

Lembro de um caso de crescimento de auto-estima num espaço menor. A maior parte da população de New Orleans é negra. Desde muito tempo não se elege ali um prefeito branco. Não é discriminação ao inverso, é no voto. E também a maioria das autoridades do lugar é negra.

O exemplo e a mensagem para os outros negros da sociedade é extremamente positivo. Tomando aquele pequeno caso como exemplo, se o Obama ganhar, isso poderia espalhar pelos EUA e para outros lugares do mundo.

O receio, como falou uma escritora inglesa, é a minoria racista nos EUA matá-lo. É um dado que não pode ser descartado. Não podem deixar que um negro dê certo. E tem louco para tudo.

Volto ao caso de New Orleans. Como é que um lugar como Salvador, Bahia, com maioria absoluta negra, não elege prefeitos negros?

Aproveito também para choramingar que alguns casos no Brasil não foram aproveitados para ajudar a diminuir atos de discriminação. Benedita da Silva no Rio, Celso Pita em São Paulo e agora a ex-Ministra Matilde Ribeiro acabaram atuando em sentido inverso. Os críticos aproveitaram os equívocos para fazer piadas desagradáveis.

O sucesso do Obama como presidente dos EUA poderia ajudar a crescer a auto-estima de uma multidão de gente pelo mundo. Não é um caso só de política, vai muito mais longe que isso.

Autor: Alfredo da Mota Menezes

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